Acervo do Museu de Lisboa

Ainda que este acervo não esteja aberto ao público, pelo estatuto de entidade cultural conferido ao Lyceum Clube Internacional de Lisboa, as sócias do mesmo puderam visitá-lo no dia 28 de novembro, tendo como acompanhante na visita a própria conservadora do Museu.

Este acervo é muito completo e extenso, abrangendo um dilatado período. Consta de mobiliário, muito dele proveniente de palácios da cidade, espelhos de dimensões exorbitantes, e mesmo mobiliário proveniente da Índia.

A primeira nota com que nos deparamos é a impecável organização do espaço, permitindo a catalogação das peças e seu arrumo. O programa RE-ORG tem sido o catalisador deste trabalho.  Também a prevenção na conservação das peças tem merecido um apurado trabalho, com o constante controlo de humidade ou calor.

Além do mobiliário, que ocupa uma grande parte do acervo, temos um número de peças muito variadas, todas relacionadas com a história da cidade. Pinturas, desenhos a carvão, e uma gravura dando uma panorâmica de Lisboa, vista da outra margem, das primeiras que se conhecem.

Os pendões que cobrem uma parte de parede atraem-nos a vista pela beleza cromática e especificidade dos materiais. Estes pendões fizeram parte do grande cortejo histórico de Lisboa de 1947, nos 500 anos da chegada de Gama à India. Os ofícios estavam bem representados, dada a importância que tinham à época. Foram recuperados com muito esmero, pois a degradação era grande, dado que se tratava de pendões em tecido, bordados a seda e a fio de ouro. Os que podem ser vistos representam os oficios,de carpinteiro, com S. José, e S. Brás, protector dos tecelãos.

Entre muitas centenas de peças, destaca-se uma cadeira com magnífica talha dourada. A peça mais antiga é também uma cadeira do séc. XVI, em madeira de teca entalhada e palhinha dourada.